(este é o tal texto)
Tenho um amigo, para os lados de Lisboa, que vive uma vida bastante desafogada. Tudo porque os pais estavam bem guarnecidos financeiramente, e ele sempre teve tudo o que quis, sem problemas.
O problema é que, como ele cresceu tendo tudo o que queria, sem sequer pensar no valor das coisas, também nunca lhes soube dar o devido valor. E isso é algo que me irrita profundamente!
Por exemplo, ele está inscrito na Universidade, e não vai às aulas! Ou seja, está a ocupar uma vaga, a pagar para a ter, e não se esforça o mínimo por a merecer. E tem esta atitude quanto há por aí muita gente que gostava de ter a mesma oportunidade que ele tem, e não têm porque lhes falta aquilo a que ele não dá valor: Dinheiro!
E acho isto uma injustiça!
Ele não imagina a sorte que tem, e não sabe dar qualquer valor a ela.
Podia dar mais exemplos, mas acho que estes da universidade é o que dá melhor a ideia que pretendo transmitir.
Se eu tivesse no lugar dele, esforçar-me-ia por mostrar que mereço a oportunidade que tenho de estudar, não trataria o carro como um objecto descartável, sem grande valor, usaria parte do dinheiro para ajudar algumas instituições das centenas que por aí há, e daria valor às coisas, tal e qual como dou agora.
Enquanto que eu tenho um telemóvel de 50€, ele é capaz de ter um de 500€ e de trata-lo como se vale-se ainda menos que o meu.
Sinceramente, pessoas assim não mereciam ter a sorte que têm. O que vale é que, por mais dinheiro que tenham, nunca conseguiram comprar a felicidade com ele. Podem ter tudo o que querem de bens materiais, mas nunca, ou dificilmente sentiram a felicidade que muitas pessoas, que pouco têm, sentem com simples coisas da vida como, por exemplo, um passeio de metro (lembrei-me agora).
O que eu estou a dizer não faz de mim uma pessoa má. Faz de mim uma pessoa que não gosta de futilidade.
Gosto muito da pessoa em questão e desejo-lhe, sinceramente, que seja feliz, mas nunca conseguirei aceitar a sua futilidade.
Nem a dele, nem a de ninguém!
*Sheila